O que acontece se a Dilma sofrer um impeachment?

Não é Aécio que assume. Veja os sete passos que explicam como funciona um impeachment.

Você pode ter visto nos últimos dias nas redes sociais alguma postagem como essa, pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O interesse pelo assunto realmente aumentou nos últimos meses, como mostra esse gráfico do Google pra pesquisas sobre o termo:


Além disso, apenas deste mês vimos Ives Gandra Martins dar parecer favorável ao impeachment, o líder do PSDB trocou farpas com um senador petista sobre o assunto e o líder do PT falou em golpismo.

Divulgação/PSDB
Agência Brasil


Muito tem se questionado sobre o assunto, como quem assume a presidência caso Dilma seja afastada. Veja o que pode acontecer durante o processo:

1. O presidente da Câmara é quem decide se o pedido de impeachment é arquivado ou encaminhado aos parlamentares. O pedido precisa receber os votos de dois terços dos 513 deputados para continuar.


No caso, isso seria 342 votos. Depois o processo é levado para julgamento no Senado, e também precisaria da adesão de dois terços dos membros (54 do total de senadores). A sessão é presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e precisa ocorrer em té 180 dias depois que chega no Senado, período pelo qual a presidente fica afastado do cargo.

2. Se a Dilma sofrer o impeachment, ela perde o mandado e fica impedida por oito anos de se candidatar a qualquer cargo, como aconteceu com o ex-presidente Fernando Collor (que esperou os oito anos e hoje é senador).


Hoje Collor é senador pelo PTB de Alagoas.

3. Algumas pessoas acreditam que Aécio Neves (PSDB-MG), que ficou em segundo lugar na disputa pela presidência do Brasil, assumiria o lugar da Dilma. Mas não, não é ele quem assumiria.


4. Se o processo de impeachment da presidente Dilma for aprovado e julgado procedente, quem assume é o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), e ele fica até o final do mandato.


5. Se Temer por alguma razão também for afastado durante a primeira metade do mandado (no caso até o fim de 2016), serão convocadas novas eleições.


6. De qualquer forma, o próximo na linha de sucessão de Temer enquanto as eleições acontecem é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


7. Se Cunha também sair, seja por renúncia ou afastamento por impeachment, quem assume é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)